Tinha uns 14 anos, e até então nunca tinha me ligado muito
em prestar atenção em música, até por que a cultura musical que eu tinha era das rádios de música brega que a
empregada ouvia, Barros de Alencar, rádio América (aquele jingle deles nunca
saiu da minha cabeça...améééérica...trimmm...coisa mais chata), e aqueles raros shows que tinham antigamente,
Queen no Morumbi, Peter Frampton, Alice Cooper, Kiss...uma referência bem
arcaica do que seria rock. Quando vinha uma banda dessas pro Brasil, era motivo
de cobertura jornalística intensa no Jornal Nacional! Até o dia que fui para o
primeiro colegial (faz tanto tempo que já até mudou de nome) e vi um sujeito,
um japonês com uma camisa preta escrito AC/DC.
O cara era quietão demais, cara
de poucos amigos, e eu fiquei com vergonha de perguntar o que seria aquela
sigla. Daí todo dia ele vinha com uma camiseta diferente: Iron Maiden,
Scorpions, Black Sabbath, Led Zeppelin...e aquilo foi me chamando a atenção. Fui fazendo amizade com o cara, que era gente
boa demais (tb, se gostava de rock, só podia ser gente boa) até o dia que ele
veio de novo com a camiseta do AC/DC e eu perguntei o que era aquilo. Bicho, o
cara se empolgou de tal maneira, que me fez uma explanação completa e me disse
quem eram Angus Young e Bon Scott! Pô, legal, mas até então, nunca tinha ouvido
o som dos caras. Molecada que tá lendo isso,
naquela época o negócio era FODA, hoje em dia você vai no Youtube e sabe quem é
a banda, nome dos integrantes, data de nascimento, RG,CPF, endereço telefone e o
escambau...quer mostrar uma banda nova pra um amigo, carrega no celular, ou
acessa o youtube pelo 3G e bota pro cara ouvir. Naquela época, mal existiam
walkmans, daqueles de fita cassete. A coisa era sofrida demais, depois vou
relatar as várias histórias, das acrobacias que a gente fazia pra arrumar uma
gravação. Torrent, megaupload? Era na unha mesmo, e suando sangue!
Então, voltando a história de como tudo começou, um dia ele
me levou pra conhecer uma loja de discos chamada Woodstock, lá no centro de São
Paulo, na rua Dr. Falcão, estação Anhangabau do metrô. Fui lá, a loja era pequena, devia ter uns 30
m², e o proprietário Walcir Chalas, uma
figuraça, esse cara virou uma lenda do heavy metal no Brasil naqueles anos 80.
Até programa de rádio ele fez, na extinta 89 fm, que só tocava rock. O nome do
programa era Comando Metal, e ia ao ar aos domingos, se não me engano das 22 hs
a meia noite. Ouvia todo domingo.
Então, na minha
primeira vez na Woodstock, vi aquele mundo de LPs, aquelas capas fantásticas,
fiquei maluco! Daí vocês já sabem, moleque, não trabalhava, dinheiro pouco que
a mãe deu, economizei muito pra ir lá e poder comprar um disco. Escolhi,
escolhi e acabei comprando Killers, do Iron Maiden. Confesso que nunca tinha
nem ouvido falar de Iron Maiden, muito menos ouvido alguma música deles, e
acabei comprando por que achei aquele desenho do Eddie muito loco mesmo! Se não gostasse do som, pelo menos ia gostar
da capa, hahahaha. Fui pra casa com o bolachão debaixo do braço, cheguei e já
fui colocar pra ouvir no 3 em 1 da National.
Como não conhecia nenhuma música, então ia ouvir da primeira faixa mesmo. “The Ides of March”...quando as primeiras notas tocaram, formando aquele riff, eu posso dizer: FUDEU! Cara, que música da pôrra! Digo FUDEU, por que daí pra frente minha vida foi tocada ao ritmo do rock e do heavy metal! Essa foi a música que marcou e colocou de vez o rock na minha veia! E nessa já se passaram 32 anos...talvez esse cara nem imagine que me influenciou tanto assim, nunca mais o vi depois desse ano, mudei de escola e perdemos o contato. Quem sabe um dia eu encontre ele de novo. E assim como ele, eu sei que também influenciei muita gente a gostar do bom e velho rock and roll!
Como não conhecia nenhuma música, então ia ouvir da primeira faixa mesmo. “The Ides of March”...quando as primeiras notas tocaram, formando aquele riff, eu posso dizer: FUDEU! Cara, que música da pôrra! Digo FUDEU, por que daí pra frente minha vida foi tocada ao ritmo do rock e do heavy metal! Essa foi a música que marcou e colocou de vez o rock na minha veia! E nessa já se passaram 32 anos...talvez esse cara nem imagine que me influenciou tanto assim, nunca mais o vi depois desse ano, mudei de escola e perdemos o contato. Quem sabe um dia eu encontre ele de novo. E assim como ele, eu sei que também influenciei muita gente a gostar do bom e velho rock and roll!
Um comentário:
História muito legal. Resgata a memória.
Tive um 3 em 1 destes também pra ouvir meus rocks.
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