Eram meados de 1984, quando um tal de Roberto Medina,
anunciou um grande projeto: o Rock in Rio! Conforme foram anunciando as bandas,
a vontade de poder ver aqueles shows foi ficando incontrolável, e parecia até
mentira aquilo, pois de vez em nunca aconteciam grandes shows por aqui. Até o
Rock in Rio eu me lembro de Kiss, Queen, Alice Cooper, Peter Frampton e um show
que quase ninguém lembra, mas que eu fui: Van Halen!
Então quando anunciaram para o Rock in Rio: AC/DC,
Scorpions, Ozzy, Def Leppard (que depois foi substituído pelo Whitesnake) e
IRON MAIDEN, a galera do heavy metal ficou enlouquecida! Não quis nem saber,
garanti o meu ingresso para o primeiro dia, 11 de janeiro de 1985. E um puta
festival de rock desses, quem deveria abrir? Claro, um grande roqueiro dos
bons: Ney Matogrosso, hahahahahahahahahahaha...vejam na imagem o lineup do
festival:
Moraes Moreira abriu pra Ozzy Osbourne, que abriu pra Rod
Stewart! Alceu Valença, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Eduardo Dusek, Al Jarreau e
George Benson! Headbangers de primeira linha! Bizarrices do Rock in Rio mesmo.
Definido que eu ia, um amigo meu que foi comigo, Ismael, arrumou
o lugar pra gente ficar lá. Um primo dele que estudava medicina da UFRJ e
morava em Copacabana ia nos hospedar na casa dele. Nunca tinha nem saído de São
Paulo, e tava indo pro Rio de Janeiro assistir Whitesnake, Iron Maiden e Queen!
Chegamos no Rio por volta das 19 hs, e pegamos o tal do “Frescão”,
um ônibus confortável com ar condicionado, e depois me falaram que tinha esse
nome por que só paulista andava nele. Chegamos ao apartamento do primo dele, se
não me engano o nome dele era Camilo. Na verdade era uma kitnete, uma salona
sem paredes, sala e quarto separados por uma cortina, um banheirinho e uma
cozinha que pra abrir a geladeira, vc tinha que sair da cozinha, sem mentira!
Só cabia uma pessoa lá dentro da cozinha. Mas aquilo ali pra mim era o
Copacabana Palace, tava ótimo, queria mesmo era curtir o Rock in Rio, que ia
começar no dia seguinte. Descemos pra jantar num daqueles botecos que tinham
lá, tomamos umas trocentas e novecentas cervejas (tava calor pra caracas!) e
fomos dormir felizes da vida, só esperando pra poder ir pra Cidade do Rock!
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